Várias Associações ligadas à Natureza alertaram o Governo para os danos do uso excessivo de pesticidas. A saúde dos ecossistemas, das populações e o futuro da agricultura europeia exigem a redução para metade do uso de pesticidas até 2030.
No momento em que se discutem as linhas orientadoras da Política Agrícola Comum para o período 2021 a 2027, é crucial que sejam assumidas medidas eficazes para a diminuição do uso de pesticidas sintéticos.
Está em causa a implementação de sistemas de produção agrícola sustentáveis, que permitam alimentar a população europeia e, simultaneamente, melhorar as suas condições de vida.
“O que está em debate é a sustentabilidade dos ecossistemas que dependem dos organismos que lá vivem. Retirar os pesticidas, estamos a proteger toda a cadeia trófica, e no limite a nós próprios e o futuro dos nossos filhos e netos”. Referiu à Planície Andreia Valente da Apis Domus.
Segundo as Associações, entre as quais se encontra a Liga para a Protecção da Natureza referem que “Portugal não poderá ignorar esta oportunidade de transição”.
Actualmente, é consensual a urgência em diminuir a dependência da agricultura dos pesticidas sintéticos. O uso excessivo de pesticidas sintéticos é o principal responsável pelo declínio das populações de abelhas e outros insectos polinizadores, com repercussões negativas na sustentabilidade da própria agricultura. O sobre uso de pesticidas tem também efeitos negativos na saúde dos cidadãos, estando demonstrada a sua relação com o aumento da incidência de doenças crónicas.
A Política Agrícola Comum possui meios financeiros suficientes para apoiar os agricultores nesta transição e esta pode ser vista como a última oportunidade para o fazer até 2030.