A Liga para a Protecção da Natureza (LPN), revelou que onze águias-imperiais foram mortas por suspeita de envenenamento em Portugal entre 2013 e 2019, e alerta para o aumento destes casos em animais selvagens no início deste ano.
A LPN em comunicado, indica que, “entre 2013 e 2019, foram identificadas em Portugal 11 águias-imperiais mortas com suspeita de envenenamento, sendo a grande maioria na região do Baixo Alentejo”, região onde também morreu um lince ibérico envenenado, em 2015.
Na nota a LNP sublinha que “através do projecto LIFE Imperial, continua empenhada na luta contra esta prática ilegal, comum na Península-Ibérica, e que está referida como uma importante causa de extinções e graves diminuições de populações de animais selvagens em várias partes do mundo.” E acrescenta que “Em Portugal, o uso de veneno foi proibido no final do século XX, com a Lei do Lobo e a transposição de directivas internacionais que impedem o uso de qualquer substância como forma de extermínio, constituindo actualmente, na medida mais gravosa, um crime punível com pena de prisão até 3 anos. Contudo, no nosso país estão registadas cerca de 40 espécies selvagens afectadas pelo veneno, incluindo 4 espécies criticamente em perigo. O envenenamento é uma das maiores ameaças às espécies necrófagas, que se alimentam de cadáveres de outros animais, como é o caso da águia-imperial-ibérica. Também o lobo-ibérico e o lince-ibérico registam casos de morte por envenenamento, reduzindo ainda mais as suas já pequenas populações e o estado de equilíbrio dos ecossistemas.”
No caso da águia-imperial-ibérica, era uma espécie relativamente abundante no início do século XX, mas, ao longo das últimas décadas, sofreu um declínio acentuado até ao desaparecimento da população reprodutora em Portugal entre finais da década de 1970 e inícios da década de 1980.
No entanto e desde 2003 que a espécie tem vindo a colonizar lentamente o território nacional, apresentando ainda o estatuto de conservação de criticamente em perigo e, em 2018, a população nacional totalizou 17 casais distribuídos pelas regiões da Beira Baixa, Alto Alentejo e Baixo Alentejo.
A LBP aconselha ainda para que se contacte o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, através da linha SOS Ambiente (808200520), em caso de suspeita de animais envenenados, e siga as instruções dadas pelas autoridades.
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