O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta, em que questiona o Governo, através do Ministério da Saúde, sobre a necessidade de remodelação urgente do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja.
O deputado em declarações à Planície sublinhou que “a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo tem apresentado vários problemas, sendo o mais grave o subfinanciamento. O seu subfinanciamento é comprovado pelo relatório do Tribunal de Contas que refere que no final do ano de 2016 estava em falência técnica, com capitais negativos, e em 2018 o reporte do Conselho de Administração é que a situação económico-financeira é calamitosa.
Se nos focarmos no hospital de Beja, peça central da ULSBA, o Hospital José Joaquim Fernandes, há quase cinquenta anos que se fala da sua remodelação para colmatar insuficiências ao seu projecto inicial. Se consultarmos alguns Orçamentos do Estado, e nomeadamente o PIDDAC, encontramos inscritas verbas para o projecto técnico, coisa que nunca aconteceu.”
O parlamentar do Verdes adiantou ainda que “o Hospital apresenta problemas de vária ordem entre os mais graves salienta-se o serviço de urgências, que padece de crónica incapacidade para responder aos picos de afluência, recorrendo a corredores cheios de macas uma vez que o internamento está dimensionado por baixo. As consultas externas, algumas, ocorrem em pré-fabricados instalados no parque de estacionamento, quanto ao internamento os seis pisos seriam suficientes, não fosse o envelhecimento da população e o consequente aumento de doentes crónicos, que coloca sérias dificuldades de resposta, em particular nos serviços de medicina, cirurgia e ortopedia.
O serviço de radiologia apresenta crescentes dificuldades em responder às solicitações de exames quer da urgência, do ambulatório e do internato. A idade dos equipamentos de Ecografia e TAC, a ausência de ressonância magnética nuclear e a aproximação da reforma de médicos radiologistas coloca em dúvida a continuidade deste serviço fundamental. Se juntarmos a isto a escassez ou inexistência de algumas especialidades, que levam a que os utentes tenham que se deslocar a Évora ou a Lisboa, como é o caso da dermatologia, neurocirurgia, reumatologia, cirurgia cardio-toráxica, entre outras.”
José Luís Ferreira acrescenta que “ao nível dos recursos humanos as carências são notórias e transversais, dos médicos aos assistentes operacionais, dos administrativos aos enfermeiros.
Mas não podemos deixar de realçar o excelente trabalho e a dedicação de todos os profissionais que trabalham neste hospital. Tendo por base que a população dos treze concelhos, do distrito de Beja, que compõem a ULSBA, tem direito a um desígnio constitucional que é a saúde.”
Assim o Partido Ecologista os Verdes questionou o Governo sobre se tem intenção de cumprir a resolução da Assembleia da República referente à remodelação e ampliação do hospital de Beja e em caso afirmativo quando se prevê o inicio da obra.
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